Como a Energia Solar se Tornou Barata?

Já é famoso o diagrama do “Golden Circle”, que coloca em três camadas as perguntas que um líder ou um empreendedor deveria fazer para pensar o seu negócio. Embora o texto não seja sobre esse conceito, considerei útil para ajudar a resenhar o livro “How Solar Energy Became Cheap”, de Gregory Nemet.

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Começando pelo “o quê”, um fato importante no setor energético mundial foi a inserção de fontes renováveis na matriz energética mundial, em especial a energia solar fotovoltaica, tema do livro e deste texto. Segundo o World Energy Outlook da Agência Internacional de Energia, a geração de energia a partir de fontes solares fotovoltaicas era de apenas 1 TWh em 2000, o que representava 0,0065% do total, ou seja, era praticamente inexistente. Em 2018, a geração passou para 592 TWh, o que é um salto significativo de 5.700% (mais de 40% de crescimento anual), mas que posiciona essas fontes com uma participação ainda baixa no total de 2,23%.

Olhando para o futuro, a AIE projeta geração de 4.705 TWh, crescimento anual composto entre 2018 e 2040 de 9,88% no cenário base. Em um cenário mais otimista e que se enquadra no objetivo de limitar o aumento de temperatura global a 1,5°C, a taxa de crescimento passa para 12,03%. A participação no total da geração passaria para 11% (cenário base) e 19% (cenário transformador)

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Buscando uma segunda opinião no relatório “Global Renewables Outlook 2020” da International Renewable Energy Agency (IRENA), a taxa de crescimento projetada entre 2018 e 2050 é de 9,28% no cenário de referência e 11,55% no cenário transformador (necessário para alcançarmos os objetivos climáticos).

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Então, estamos diante de um fato (enorme crescimento de eólica e solar nos últimos 18 anos) e projeções de expressivo crescimento por um prolongado período. O próximo passo é entender “como” isso ocorreu.

Essa explicação passa pela queda nos custos. Em termos de custo nivelado de energia (grosso modo, o valor presente dos custos de energia divido pela energia gerada), os custos de geração entre 2010 e 2019 da energia solar FV caíram impressionantes 82%. Os dados são do estudo “Power Generation Costs 2019” da IRENA. Segundo o mesmo estudo, solar FV é a quarta fonte renovável mais barata atrás de hídrica, eólica onshore e biomassa, estando muito pouco atrás de biomassa (US$ 0,066 contra US$ 0,068) e com a energia hídrica tendo apresentado aumento no custo durante esse período. É importante ressaltar ainda que solar FV é altamente competitiva com relação a combustíveis fósseis, 90% das usinas comissionadas em 2019 tendo custo menor do que as mais baratas usinas que utilizam combustíveis fósseis. A IRENA não faz projeções de custos, mas a tendência é favorável para eólica e solar.

Fonte: Power Generation Costs 2019 - IRENA

Fonte: Power Generation Costs 2019 - IRENA

Então, solar ganhou participação partindo da completa irrelevância e estima-se que ocupe uma posição bastante importante na geração de energia elétrica nas próximas décadas. E isso se deve à redução nos custos de geração, com destaque especial para solar FV.

O último passo é entender o “porquê”, que, nesse caso, é um híbrido de porquê com como. Ou seja, custos não caíram por inércia ou por obra da natureza. Há razões para que tal declínio tenha ocorrido e é o que o livro “How Solar Energy Became Cheap” de Gregory Nemet procura esclarecer para adicionar mais uma camada à compreensão dos acontecimentos.

O livro conta a história da energia solar fotovoltaica dos primórdios até os dias atuais. É uma histórica que tem início bem longínquo, começando na segunda metade do século XIX com as descobertas de Edmond Becquerel relacionadas com o efeito fotovoltaico e depois passando por Albert Einstein, em 1905, na obra que lhe renderia o Nobel de Física. Porém, a primeira aplicação comercial só se daria em 1954 e a um elevado custo. Demoraria ainda seis décadas para chegarmos ao estágio descrito no começo deste texto.

A imagem abaixo, retirada do site do livro, resume a história da energia solar em termos de custo.

Fonte: https://www.howsolargotcheap.com/

Fonte: https://www.howsolargotcheap.com/

Como o próprio autor ressalta, energia solar barata não foi obra de apenas um país e recebeu contribuição de diversos países de maneira quase alternada. Começou com os Estados Unidos e seus incentivos à pesquisa com energia solar na esteira dos choques do petróleo da década de 1970. Por motivos similares, o Japão também investiria em pesquisa na área. Em especial, haveria um ambicioso programa de instalação de painéis solares em telhados com inovações como a compensação de excedente de produção com as distribuidoras (net metering) e rebates de custo de instalação regressivos no tempo. Quando tanto Estados Unidos quanto Japão perderiam o interesse na área a Alemanha passaria a ser uma grande defensor da energia solar com a entrada do Partido Verde na coalização governamental e a promulgação da Lei das Energias Renováveis (Erneuerbare-Energien-Gesetz, EEG para simplificar). A China seria o próximo país a investir maciçamente na implementação de geração a partir de energia solar, criaria uma cadeia de suprimentos própria do setor e através do aumento na capacidade passaria a obter custos cada vez maiores, história que segue até os dias de hoje. Ao longo dessa história, foi essencial a participação de cientistas, empresas privadas, empreendedores e até dos consumidores, na adoção da geração distribuída.

Em um parágrafo esse é o resumo de como a energia solar se tornou barata. Ao longo das mais de duzentas páginas do livro, Nemet vai descrevendo com detalhes a corrente de acontecimentos que foram formando o mercado de energia solar. Apesar de ser um livro bastante técnico, não se limita a encadear os acontecimentos e fornecer descrições técnicas. O autor busca contar a narrativa dessa evolução incluindo a história das pessoas que fizeram tudo isso acontecer, muitas das quais foram entrevistadas no processo de escrita do livro. Não chega a ser um conteúdo narrativo interessante por si próprio, mas essa abordagem ajuda a entender melhor a história da energia solar.

Não é exatamente um livro barato (custa mais de 30 dólares), então eu recomendaria mais para quem tem bastante interesse na área. Alternativamente ou como um complemento, o autor tem duas palestras sobre o conteúdo do livro no YouTube.

How Solar Energy Became Cheap: A Model for Low-Carbon Innovation - University of Michigan Engineering

WN@TL - How Solar Became Cheap. Gregory Nemet. 2019.09.11

De uma dessas palestras, tiro o gráfico abaixo:

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Por volta do ano 2010, o autor realizou uma série de pesquisas com especialistas em energia perguntando a opinião dos respondentes a respeito do custo da energia solar em 2030. As respostas estão do lado direito, em vermelho, e mostram como os especialistas eram céticos quanto ao progresso da energia solar. Mesmo os mais otimistas acreditavam que chegaria a US$ 20/MWh em 2030. O que aconteceu poucos anos depois, em 2017-18, foi que o custo da energia solar já estava abaixo desse patamar, conforme mencionado no livro.

Em 26 de julho de 2020, tivemos a notícia de uma usina solar nos Emirados Árabes vendendo energia a US$ 13,5/MWh. Se tivessem dito ao autor em 2018-19, quando o livro deve ter terminado de ser escrito, talvez nem ele mesmo acreditasse que chegaria a tanto. Não é absurdo pensar em 1 centavo de dólar por kWh no futuro próximo.

Dessa forma, para entender o passado (crescimento da energia solar) e contextualizar as projeções de crescimento (com CAGR sempre perto dos dois dígitos pelas próximas décadas) é necessário entender que tudo isso ocorre por conta da queda nos custos. Por sua vez, a trajetória de redução no custo de produção de solar fotovoltaica é uma longa história que demorou para acontecer, mas que, graças a contribuições de diversos países, já é uma realidade e pode inspirar o barateamento de novas tecnologias, como baterias e tecnologias de captura de carbono.

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Mecanismo de Realocação de Energia

O setor de energia elétrica é um dos setores mais difíceis de se analisar. Cada uma de suas etapas, Geração, Transmissão e Distribuição, tem suas peculiaridades próprias. É quase tão diferente quanto montar, vender e alugar carros, que só possuem em comum envolverem carros. Para resumir rapidamente a conclusão a que cheguei analisando o setor elétrico eu diria que a lógica frequentemente te engana no setor elétrico.

Pegue a geração de energia, por exemplo. A receita das hidrelétricas não é proporcional a sua geração de energia. Além disso, usinas hidrelétricas não escolhem o quanto geram de energia. Para terminar, a capacidade instalada, um número muito ligado a uma usina hidrelétrica, não é um indicador muito útil.

Todos esses fatos estranhos estão relacionados com o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), uma das muitas siglas do setor elétrico. Como se um conceito não fosse suficiente para tornar complexa a questão, é necessário entender ainda a garantia física e o despacho centralizado para entender o MRE.

No modelo atual do setor elétrico, as usinas hidrelétricas e termelétricas geram energia de acordo com as ordens (“despacho”, para usar o termo mais técnico) vindas do Operador Nacional do Sistema (ONS, sigla difícil de digitar já que o Word e o Excel autocorrigem para NOS). De acordo com as informações de oferta e demanda de energia e procurando calibrar a geração hidrelétrica para gerenciar os reservatórios, o Operador vai ordenando que as usinas gerem mais ou menos energia. Quando a projeção é que os reservatórios irão abaixar, o Operador procura reduzir o despacho hidrelétrico e aumentar o despacho térmico. Tema para outro texto, aqui entra mais um zoológico inteiro de termos técnicos como Despacho Fora da Ordem de Mérito, Bandeiras Tarifárias e outros que, felizmente, não são necessários para entender o tema principal.

Se as usinas hidrelétricas não escolhem o quanto vão gerar de energia, a princípio não escolheriam o quanto vendem e o quanto faturam. Isso poderia gerar uma série de problemas, beneficiando uns e prejudicando outros, potencialmente até de forma intencional, e traria uma incerteza enorme para o setor. Aqui entra o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Todas as usinas hidrelétricas (e, opcionalmente, as Pequenas Centrais Hidrelétricas) fazem parte do MRE, que funciona como um consórcio de usinas. Se a decisão de despacho é centralizada, a distribuição de receitas deveria, de alguma forma, também ser centralizada. De maneira muito simplificada, o MRE distribui as receitas geradas pelos seus componentes entre os consorciados.

Mas qual é o critério para fazer essa distribuição? Mencionei anteriormente que a capacidade instalada não é um dado muito útil para analisar uma geradora de energia, o que leva para a pergunta: então, o que é útil? E aqui entra a garantia física, também conhecida como energia assegurada, lastro de energia ou energia comercializável.  Se um negócio tem vários nomes, você presume que é algo importante e complicado. Ambas suposições estão corretas.

Pela definição da Empresa de Estudos Energéticos (EPE), garantia física “determina a quantidade de energia que um equipamento de geração consegue suprir dado um critério de suprimento definido”. Segundo a Aneel, a garantia física “correspondente à quantidade máxima de energia relativa à Usina que poderá ser utilizada para comprovação de atendimento de carga ou comercialização por meio de contratos”. Fiz uma contraposição da garantia física à capacidade instalada na medida em que ambos estão na mesma grandeza, MWm (Mega Watts médios).

A garantia física possui diversas aplicações e talvez tenha sido um erro que assumisse todas essas funções. Uma fonte de informações interessante sobre a garantia física é um episódio do podcast da PSR Energy sobre esse assunto, de onde tirei as três funções da garantia física que vou mencionar. A primeira é para estudos de planejamento do setor elétrico e segurança de suprimento, o que é bastante condizente com a primeira definição. Uma função mais econômica é que a garantia física é um limite máximo de venda de contratos que um gerador pode comercializar. E aqui o contraste com a capacidade instalada é bem forte: se a sua capacidade instalada é 100 MWm, você não pode comercializar 100 MWm, podendo, no máximo, comercializar a sua garantia física. Na prática a garantia física acaba sendo uma porcentagem da capacidade instalada, mas essa porcentagem varia de acordo com o tipo de usina e com o empreendimento específico.

A terceira função vai de encontro com o tema principal deste texto: a garantia física define o fator de participação no MRE. Como discutido anteriormente, as usinas hidrelétricas são despachadas de maneira centralizada e meio que formam um consórcio. A participação de cada usina nesse consórcio é proporcional à sua garantia física.

E como isso afeta a receita das hidrelétricas? Sendo um consórcio com “cotas” definidas pela garantia física, é como se o consórcio alocasse a energia total gerada de acordo com a “cota”. Para um exemplo numérico simples, se a garantia física da sua usina é 100 MWm, deveria receber 100 MWm, nem mais, nem menos. Se gerou mais do que isso irá vender para quem gerou menos e vice-versa. Pode parecer uma coisa positiva ter que vender energia gerada em excesso, mas não é muito já que o preço é definido pela Tarifa de Otimização de Energia (TEO), que é extremamente baixa. Para 2020, a TEO foi definida em R$ 12,77/MWh, que é um valor praticamente irrelevante. Melhor vender do que comprar energia no MRE, mas não muito melhor.

O exemplo acima ilustra a situação ideal na qual as usinas componentes do MRE coletivamente produzem energia em montante que iguala a soma das garantias físicas. Porém, o valor gerado pode ser superior ou inferior a essa soma. Quando superior, as usinas têm direito ao que se chama de “energia secundária” e tem mais energia para vender. Porém, essa energia é vendida ao PLD (Preço de Liquidação de Diferenças), que é o preço spot da energia. Ou seja, a geradora vai ter mais energia nos períodos em que a energia é mais barata porque há excesso de energia no mercado.

O maior problema é quando as usinas do MRE geram menos energia do que a soma das garantias físicas chegando ao que se chama de GSF (Generation Scaling Factor), que em português é muitas vezes denominado Fator de Ajuste do MRE. E aqui entra um dos pontos mais importantes para as geradoras de energia hoje em dia: a comercialização de energia. As geradoras negociam contratos de compra e venda de energia, seja para distribuidoras no mercado cativo, seja para clientes livres no mercado livre. Há duas modalidades de contrato: por disponibilidade e por quantidade. Na segunda modalidade, a geradora terá que entregar a quantidade definida em contrato. Se comercializou 100 MWm, terá que entregar 100 MWm. Se recebeu do MRE 80 MWm (que, conforme já vimos, é diferente de gerar 80 MWm), então terá que cobrir essa diferença. Pode fazer isso ativamente comprando energia de outra usina ou pode não fazer nada. Se nada fizer, irá comprar 20 MWm no mercado spot ao PLD (por isso que se chama Preço de Liquidação de Diferenças). Se as usinas do MRE geraram menos do que a soma das garantias físicas, isso significa falta de energia no mercado o que, por sua vez, significa preço elevado. Se as hidrelétricas estão produzindo menos energia, alguém precisa produzir mais e esse alguém são as usinas termelétricas, que são mais caras. Mesmo que as mais baratas sejam (normalmente) despachadas primeiro, é óbvio que o acionamento de mais termelétricas significa preços mais altos. Logo, esse déficit de 20 MWm vai sair caro para a usina se ela tiver que cobrir a diferença pagando o PLD.

Nos últimos anos o GSF médio tem sido inferior a 100% na maior parte dos anos. Ao longo do ano há uma grande variabilidade de forma que o ano pode começar com energia secundária e lá para o meio do ano ter GSF de 70, 80%. A vida das geradoras se tornou extremamente desafiador nesse cenário. Não podem mais comercializar 100% da sua garantia física sob o risco de ter que comprar energia cara quando o GSF for abaixo de 100%. A AES Tietê, por exemplo, teve prejuízo bruto em alguns trimestres de 2014 porque tinha comercializado 100% da sua garantia física (em um contrato antigo) e teve que comprar energia no mercado spot a preços superiores ao seu preço de venda.

Esse contrato venceu e a empresa passou a vender energia mais barata. E aqui temos mais uma situação que desafia a lógica: isso foi ótimo para a empresa! Não exatamente porque o preço abaixou, mas porque passou a ter uma flexibilidade que não tinha antes. Não apenas foi capaz de reduzir a sua comercialização (como parte da estratégica de mitigação de riscos do GSF), como também passou a sazonalizar a sua garantia física. O padrão é que a garantia física seja distribuída de maneira uniforme ao longo do tempo, mas é possível converter em valores mensais diferentes ao longo do ano. Dessa forma, a usina pode receber menos energia nos meses em que o GSF está mais próximo de 100% e receber mais quando estiver mais longe de 100% e, dessa forma, mitigar o seu risco. Vencido o contrato antigo, que era mais rígido, a empresa passou a poder sazonalizar a sua garantia física além de reduzir o seu grau de comercialização.

A última estratégia é comprar contratos de energia de um terceiro, o que é outra coisa que parece não fazer sentido. É como se uma pizzaria comprasse pizzas de outra pizzaria para revender para os clientes. Nesse caso, porém, faz todo sentido. A geradora pode se proteger de uma alta nos preços se a chuva vier abaixo do esperado e terá um ganho (ou perda menor) se o preço de compra dessa energia for inferior ao PLD.

Tudo isso para explicar que a receita de uma geradora hidrelétrica depende da comercialização de energia por meio de contratos, o que depende da sua garantia física. Os resultados, por sua vez, dependem do GSF.

Todas as Empresas do Ibovespa

Nesse espaço, a lista de todas as empresas que já fizeram parte do Ibovespa depois de uma revisão quadrimestral. Esse post é atualizado sempre que houver mudanças. Quem tiver alguma informação sobre essas empresas, em especiais as marcadas com ???, não deixe de enviar um comentário.

Glossário:

Ainda listada: Ainda é empresa de capital aberto (portanto, ainda existe).

Ainda existe: A empresa fechou o capital, mas continua a existir como uma empresa independente.

Incorporada: Comprada ou fundida por outra empresa.

??? – Não consegui encontrar mais informações

Categorias:

Continuam no índice: 70 (número de empresas, não de ações): 19,56%

Ainda listadas: 73: 20,51%

Ainda existem: 47: 13,20%

Incorporadas: 111: 31,18%

Extintas: 22: 6,18%

???: 33: 9,27%

Total: 356

Se marcada com *: A empresa nunca saiu do índice desde que entrou (embora o tipo de ação possa ter mudado).

Quem tiver mais informações sobre essas empresas, principalmente as marcadas com ???, pode colocar um comentário neste post. A ordem em que as empresas aparece não tem grande significado. Começa alfabética e a inclusão de novos nomes se dá ao final da lista.

Empresa – Primeira vez que entrou – Última vez que esteve no índice – Comentário

1)                 Aços Villares – Janeiro/68 – Setembro/94 – Incorporada. Já tinha sido comprada pela Gerdau, mas só foi incorporada e deixou de ser listada em 16/03/11

2)                 Açúcar União – Maio/70 – Janeiro/75 – Incorporada. Pertencia à Nova América, que foi incorporada pela Cosan em 2009.

3)                 Adubos Cra – Maio/81 – Setembro/87 – Incorporada.Também conhecida como Companhia Riograndense de Adubos, teve registro cancelado em 19/12/1990. Faz parte da Petropar como Petropar Riograndense.

4)                 AES Tietê – Setembro/99 – Setembro/00 – Ainda listada. Antiga Geração Tietê. Surgiu da cisão da CESP.

5)                 AGGS – Maio/71 – Maio/72 – Incorporada. AGGS Indústrias Gráficas. Consta como incorporada na Receita Federal, mas não sei por qual empresa. Teve registro cancelado em 04/05/87.

6)                 Agre – Maio/10 – Set/10 – Incorporada. Foi incorporada pela PDG Realty com uma troca de ações realizada em 20/07/10

7)                 Agroceres – Setembro/84 – Setembro/93 – Incorporada. Também conhecida como Sementes Agroceres, teve registro cancelado em 04/06/98. Foi comprada pela Monsanto em 1997. Obrigado Pedro Mattjie pela dica.

8)                 Alfa Consorc – Setembro/80 – Setembro/87 – Ainda listada. Na época, Real Cons, código BRG.

9)                 Alfa Financ – Maio/78 – Setembro/87 – Ainda listada. Na época, Real Cia Invest, código CRI4.

10)              Alfa Holding – Maio82 – Setembro/87 – Ainda listada. Na época, Real Part, código RPA16.

11)              Alfa Invest – Maio/72 – Setembro/87 – Ainda listada. Na época, Real Invest, código BRI4.

12)              ALL América Latina – Janeiro/07 – Maio/15 – Incorporada pela Rumo.

13)              Alpargatas – Janeiro/68 – Maio/97 – Ainda listada.

14)              AM Inox Brasil – Janeiro/71 – Maio/2008 – Incorporada. Antiga Acesita. Comprada pela Arcelor Mittal, que fechou o capital da companhia em 29/04/08.

15)              Ambev – Janeiro/01* – Continua – OBS: Essa data refere–se à entrada da Ambev, sem contar o histórico da Brahma e da Antártica.

16)              América (Banco) – Janeiro/68 – Janeiro/69 – Incorporado. Também conhecido como Banco Francês e Italiano para a América do Sul, foi comprado pelo Sudameris, que por sua vez foi comprado pelo ABN Amro Real que foi comprado pelo Santander (ver Sudameris).

17)              Anderson Clayton – Setembro/74 – Janeiro/88 – Incorporada. Comprada pela Unilever em 1986.

18)              Anhanguera – Janeiro/85 – Setembro/87 – Incorporada. Era uma siderúrgica, não a Anhanguera Educacional. Foi vendida ao Grupo Villares em 1988.

19)              Antártica – Janeiro/1968 – Janeiro/75 – Incorporada. Hoje, parte da Ambev.

20)              Antártica Nordeste – Janeiro/84 – Janeiro/06 – Incorporada. Hoje, parte da Ambev.

21)              Aparecida – Janeiro/74 – Maio/74 – Incorporada. Antiga Siderúrgica Nossa Senhora Aparecida, mudou de nome para Aços Ipanema (Villares) S.A. (nome que consta no sistema da CVM) quando foi comprada pelo Grupo Villares, que por sua vez foi comprado pela Sidenor, que foi comprado pela Gerdau. Obrigado Luís Fernando Oliveira pela dica.

22)              Aquatec – Janeiro/89 – Setembro/94 – Extinta. Consta como Baixada por Inaptidão. Teve registro cancelado em 09/01/07.

23)              Aracruz – Janeiro/89 – Janeiro/10. Incorporada.

24)              Arcelor Br – Janeiro/06 – Setembro/07 – Incorporada. Surgiu da união das empresas da Arcelor no Brasil (Belgo Mineira, Companhia Siderurgia de Tubarão e Vegas do Sul).

25)              Arno – Janeiro/68 – Janeiro/86 – Ainda existe, teve registro cancelado em 18/05/00 após OPA do controlador (Seb Internationale)

26)              Artex – Janeiro/69 – Maio/88 – Incorporada. Hoje, parte da Springs.

27)              Arthur Lange – Maio/73 – Maio/75 – Existe. Foi deslistada em 05/01/2011 por falta de atualização de registro

28)              Audi – Janeiro/72 – Janeiro/74 – ???. Deve ser a atual Audi, mas não sei nada da história dessa companhia na bolsa.

29)              Auxiliar de São Paulo – Maio/78 – Janeiro/86 – Incorporado. Banco Auxiliar de São Paulo. Sofreu liquidação extrajudicial e consta como incorporado na Receita Federal. O banco teve o registro cancelado em 30/01/91. Registrei como incorporado, mas é necessário apurar melhor isso.

30)              Azevedo – Setembro/75 – Maio/91 –Ainda listada

31)              B2W – Setembro/07 – Continua – Contada nessa lista em duplicidade com Submarino.

32)              Bandeirantes – Maio/82 – Setembro/87 – Incorporado. Existem várias companhias com Bandeirantes no nome, mas deve ser o Banco Bandeirantes. O código da empresa que fez parte do Ibovespa é BBC e o do banco era BBCM, antes de ser incorporado pelo Unibanco em 09/12/02 após uma troca de ações.

33)              Bardella – Setembro/71 – Setembro/88 – Ainda listada.

34)              Barreto – Maio/85 – Setembro/87 – Extinta. Consta na Receita Federal EXTINCAO P/ ENC LIQ VOLUNTARIA. Registro cancelado em 2005.

35)              Belgo Mineira – Setembro/70 – Maio/99 – Incorporada. Ver Arcelor Br.

36)              Benzenex – Maio/72 – Janeiro/77 – Incorporada. Hoje, parte da Fertibrás, que fechou o capital da empresa em 30/03/99.

37)              Bergamo – Janeiro/72 – Janeiro/75 – Ainda existe. Hoje, chama–se Nesber Companhia Industrial. Teve registro cancelado em 23/08/05 por falta de atualização do registro.

38)              Bic Monark – Maio/74 – Janeiro/84 – Ainda listada.

39)              B3 – Setembro/08* – Continua. Resultado inicialmente da fusão da Bovespa e da BM&F, que abriram capital em 2007 e se fundiram em 2008 sem nunca terem entrado sozinhas no Ibovespa.

40)              Bombril – Maio/91 – Janeiro/96 – Ainda listada.

41)              Borella – Janeiro/85 – Maio/87 – Incorporada. Consta na Receita Federal como incorporada, mas não sei por qual empresa. Encontrei uma Borella Construções, mas a Borella em questão é uma empresa de alimentos. Teve registro cancelado em 21/01/87.

42)              BR Malls – Set/11* – Continua

43)              Bradesco – Janeiro/69* – Continua

44)              Bradesco Investimento – Setembro/70 – Setembro/87 – Incorporada. Imagino que tenha sido incorporada pelo Bradesco. Não é a Bradespar. Teve registro cancelado em 26/11/92.

45)              Bradespar – Setembro/00* – Continua

46)              Brahma – Setembro/70 – Janeiro/01 – Incorporada. Hoje, parte da Ambev. Teve o registro cancelado em 08/11/00.

47)              Bras Roupas – Janeiro/71 – Março/71 – ???

48)              Brasil – Janeiro/69* – Continua – Nome de pregão do Banco do Brasil.

49)              Brasil T Par – Maio/00* – Set/09 – Incorporada. Participou da fusão que formaria a Oi.

50)              Brasil Telecom/Oi – Setembro/00* – Jan/16 – Ainda listada. Tecnicamente, a Brasil Telecom incorporou a Telemar na formação da Oi, embora a Telemar fosse maior. Mais antigamente, era a Telepar.

51)              Brasilit – Janeiro/79 – Setembro/84 – Incorporada. Fechou o capital em 04/06/01 após OPA do controlador (Saint–Gobain Promotion).

52)              Brasimet – Maio/74 – Maio/76 – Ainda existe, teve registro cancelado em 15/09/93.

53)              Brasinca – Janeiro/89 – Janeiro/91 – Ainda existe. O nome atual é SPSC Industrial. Teve o registro cancelado em 14/05/03 por falta de atualização do registro.

54)              Braskem – Setembro/02* –Continua – Inclui Copene.

55)              Brasmotor – Janeiro/69 – Maio/00 – Ainda listada.

56)              Brasul – Janeiro/69 – Maio/70 – ???. Banco Brasul, mas não sei que fim levou (só sei que não existe mais).

57)              BRF Foods – Setembro/81* – Continua – Antiga Perdigão.

58)              Brookfield – Setembro/10* – mai/14 – Ainda existe.

59)              Bundy Tubing – Janeiro/71 – Maio/71 – ???

60)              C Fabrini – Maio/73 – Setembro/73 – Ainda existe. Indústria C Fabrini. Mudou de nome (agora é NHK Automotive), não sei se de ramo de atividade também. Teve registro cancelado em 14/06/96.

61)              Cacique – Janeiro/69 – Janeiro/91 – Ainda listada. Café Cacique.

62)              Caemi – Maio/85 – Setembro/06 – Incorporada. Comprada pela Vale, que fechou o capital com uma troca de ações em 20/07/06.

63)              Caemi Metal – Janeiro/94 – Setembro/96 – ???. Código CME.

64)              Café Brasília – Maio/79 – Setembro/87 – Ainda listada.

65)              Camargo Correa – Setembro/82 – Janeiro/86 – Ainda existe. Parte do Grupo Camargo Corrêa, fechou o capital em 30/09/98.

66)              Casa Anglo – Janeiro/68 – Maio/86 – Extinta. Também conhecida como Mappin. Falência decretada em 2000. O registro foi cancelado em 28/03/00.

67)              CBV Inds Mecânicas – Maio/73 – Maio/91 – Incorporada pela FMC do Brasil em 13/05/99.

68)              CCR Rodovias – Maio/06* –  Continua

69)              Celesc – Janeiro/98 – Janeiro/10 – Ainda listada.

70)              Cemig – Maio/73 – Continua

71)              Cesp – Maio/73 – Mai/16 – Ainda listada.

72)              Cetip – Setembro/12 – Janeiro/17 – Incorporada pela B3

73)              Ceval – Janeiro/82 – Maio/99 – Extinta. Desmembrada e dissolvida em 04/08/99.

74)              Cia Hering – Janeiro/80 – Jan/16 – Ainda listada. Antiga Hering Têxtil (por isso o código HGTX). Ver Ind. Hering.

75)              Cia. Iochpe. – Janeiro/84 – Janeiro/89 – ???. Código IOC. Acho que é a Cia. Iochpe, que fechou o capital em 03/08/93. Ou seja, não é a a atual Iochpe–Maxion. O CNPJ do registro da CVM consta como ativo na Receita Federal. Ver Massey–Perkins.

76)              Cica – Setembro/70 – Janeiro/86 – Incorporada. Hoje, marca da Unilever. Teve registro cancelado em 27/01/94.

77)              Cidamar – Janeiro/72 – Maio/73 – ???

78)              Cielo – Maio/10* – Continua

79)              Cimaf – Janeiro/68 – Janeiro/72 – Incorporada. Companhia Industrial e Mercantil de Artefatos de Ferro (ou algo parecido). A controladora, a Belgo Mineira, realizou OPA em 15/09/99.

80)              Cimento Cauê – Janeiro/74 – Setembro/87 – Incorporada. Hoje, parte do grupo Camargo Corrêa. Teve registro cancelado em 26/09/94.

81)              Cimento Itaú – Janeiro/68 – Setembro/72 – Incorporada. Companhia Cimento Portland Itaú. Hoje, parte da Votorantim Cimento, que fechou o capital da Cimento Itaú em 31/05/04. A companhia não tinha vínculos societários com o Banco Itaú, tendo inclusive sido criada antes (1937) em uma cidade chamada Itaú de Minas.

82)              Cimepar – Maio/82 – Janeiro/84 – Incorporada, mas não sei se por qual grupo (imagino que pelo Votorantim). Companhia Paraíba Cimento Portland Cimpear. Teve registro cancelado em 27/11/95.

83)              Cimetal – Janeiro/79 – Setembro/81 – Extinta por EXTINCAO P/ ENC LIQ VOLUNTARIA (segundo a Receita Federal). Teve registro cancelado em 12/04/05

84)              Citrobrasil – Maio/73 – Maio/75 – Incorporada. Consta como incorporada na Receita Federal, mas não sei por qual grupo. Teve registro cancelado em 23/02/88

85)              Cobrasma – Setembro/70 – Setembro/88 – Ainda listada.

86)              Cofap – Janeiro/88 – Janeiro/98 – Incorporada. Parte da Magneti Marelli, que fechou o capital da Cofap em 30/04/02.

87)              Comercial Borda do Campo – Setembro/72 – Setembro/73 – Ainda existe.

88)              Comercial Brasul – Setembro/72 – Maio/73 – Incorporado. Banco. Comprado pelo Itaú.

89)              Comercial e Industrial de SP – Janeiro/68 – Setembro/82 – Extinto. Banco. Comprado pelo Digibanco, que por sua vez foi comprado pelo Pontual, que foi liquidado em 1999.

90)              Comgás – Setembro/01 – Jan/10. Ainda listada

91)              Comercial do Estado de São Paulo – Janeiro/68 – Maio/71– ???

92)              Concretex – Janeiro/73 – Janeiro/74 – Incorporada. A Holcim tem uma marca chamada Concretex. Na Receita Federal, consta como incorporada em 1997. Teve registro cancelado em 17/09/93

93)              Confab – Janeiro/82 – Setembro/91 – Ainda listada.

94)              Confrio – Janeiro/73 – Maio/75 – Extinta. Companhia Nacional de Frigoríficos. Liquidada em 1994.

95)              Const A Lind – Janeiro/71 – Setembro/79 – Ainda listada.Construtora Adolpho Lindberg.

96)              Const Beter – Maio/72 – Janeiro/82 – Ainda listada.Construtora Beter.

97)              Cônsul – Maio/71 – Janeiro/86 – Incorporada. Hoje, marca da Whirlpool. Incorporada em 1992.

98)              Consursan – Maio/72 – Setembro/74 – ???

99)              Contax – Setembro/05 – Setembro/06 – Ainda listada. Surgiu da cisão da Telemar.

100)          Copas – Janeiro/69 – Setembro/87 – ???

101)          Copel – Setembro/99 –  Jan/19 – Ainda listada

102)          Copesul – Setembro/95 – Setembro/00 – Incorporada. Braskem fechou o capital da Copesul em 18/10/07.

103)          Correa Ribeiro – Setembro/84 – Setembro/87 – Ainda listada.

104)          Cosan – Janeiro/07* – Continua

105)          Cosígua – Janeiro/84 – Setembro/88 – Incorporada. A Gerdau Assume o controle em 1979.

106)          Cosipa – Maio/95 – Maio/99 – Incorporada. Companhia Siderúrgica Paulista. Parte da Usiminas, que fechou o capital da Cosipa em 14/04/05.

107)          CPFL Energia – Maio/07 – Maio/18 – Incorporada pela State Grid. Sua subsidiária, Companhia Paulista de Força e Luz, esteve no índice antes.

108)          CRT – Setembro/00 – Janeiro/01 – Incorporada. Companhia Riograndense de Telecomunicação. Incorporada pela Brasil Telecom em 04/11/02.

109)          CRT Celular – Setembro/00 – Maio/06 – Incorporada. Ver Vivo.

110)          Cruzeiro do Sul – Janeiro/81 – Setembro/88 – Extinta. Não é o banco (muito menos a universidade). Consta na Receita Federal a situação cadastral “Inapta” e a justificativa “Omissa contumaz”.

111)          CTB – Maio/75 – Maio/76 – ???

112)      Cyre Com–CCP – Setembro/07 – Setembro/08 – Ainda listada. Surgiu da cisão da Cyrela e por isso entrou no índice.

113)          Cyrela Realt – Janeiro/07* – Continua

114)          Dasa – Janeiro/12 – Setembro/14 – Ainda listada.

115)          Deca – Maio/70 – Maio/71 – Incorporada, pela Duratex em 1972.

116)          Diâmetro EMP – Setembro/73 – Janeiro/74 – Ainda existe. Diâmetro Empreendimentos

117)          Docas – Janeiro/68 – Setembro/87 – Ainda listada.

118)          Dreher – Setembro/70 – Setembro/71 – ???

119)          Duratex – Janeiro/68 – Setembro/15 – Continuação da antiga Duratex, antes da fusão com a Satipel. Para fins legais, a atual Duratex é continuação da Satipel. Para fins práticos, a atual Duratex é a continuação da antiga empresa de mesmo nome.

120)          EBE – Maio/98 – Setembro/99 –  ???

121)          Ecel – Maio/73 – Janeiro/80 – Extinta. Consta na Receita Federal a situação cadastral “Inapta” e a justificativa “Omissa contumaz”. Não tem mais registro na CVM.

122)          Ecisa – Janeiro/72 – Setembro/75 – Ainda existe. O controlador fechou o capital em 15/04/05.

123)          Vanguarda Agro – Maio/10* – Set/13 – Antiga Ecodiesel.

124)          Econômico – Maio/79 – Janeiro/81 – Extinto. Banco Econômico. Em liquidação extra–judicial.

125)          Elebra – Setembro/86 – Setembro/87 – Extinta. Teve registro cancelado em 2002 por falta de atualização. Consta na Receita Federal a situação cadastral “Inapta” e a justificativa “Omissa não localizada”.

126)          Electrolux – Maio/97 – Maio/98 – Ainda existe. Controlador fechou o capital em 04/08/04.

127)          Elekeiroz – Janeiro/79 – Janeiro/82 – Ainda listada.

128)          Eletrobras – Maio/91 – Continua

129)          Eletropaulo – Setembro/97 – Janeiro/15 – Incorporada pela Enel.

130)          Eluma – Setembro/75 – Janeiro/92 – Ainda listada. Inclui Isam–Eluma.

131)          EMAE – Maio/98 – Maio/99 – Ainda listada.

132)          Embraer – Janeiro/00* – Continua

133)          Embratel – Maio/00 – Janeiro/07 – Ainda listada.

134)          Embrava – Janeiro/71 – Janeiro/74 –  ???

135)          Enbasa – Maio/73 – Setembro/73 –  ???

136)          Engesa – Janeiro/74 – Maio/90 – Extinta. Consta na Receita Federal a situação cadastral “Inapta” e a justificativa “Omissa não localizada”. Consta na CVM registro cancelado em 20/12/05.

137)          EPTE – Maio/98 – Setembro/99 – Incorporada. Empresa Paulista de Transmissão Elétrica. Incorporada pela Transmissão Paulista em 26/11/01.

138)          Ericsson – Setembro/71 – Maio/99 – Ainda existe. Sim, a Ericsson de hoje. Fechou o capital em 12/04/01

139)          Estrela – Janeiro/68 – Maio/96 – Ainda listada. Manufatura de Brinquedos Estrela.

140)          Eucatex – Setembro/70 – Janeiro/89 – Ainda listada.

141)          Farol – Setembro/81 – Janeiro/85 – ???

142)          Ferbasa – Maio/84 – Janeiro/92 – Ainda listada

143)          Ferr e Lam Brasil – Janeiro/72 – Maio/76 –  ???

144)          Ferro Brasileiro – Janeiro/69 – Janeiro/91 – Incorporada em 1991 pela Metalúrgica Babará.

145)          Ferro Ligas – Janeiro/79 – Janeiro/94 – Incorporada pela Vale em 16/01/03 após OPA.

146)          Fertiplan – Janeiro/72 – Maio/77 – Extinta. Consta na Receita Federal a situação cadastral “Inapta” e a justificativa “Omissa não localizada”.

147)          Fertisul – Setembro/84 – Setembro/87 – Incorporada pela Serrana em 1996, que por sua vez foi incorporada pela Bunge Alimentos (que incorporou a Manah)

148)          Fibria – Maio/95 – Setembro/18 – Incorporada pela Suzano. Antiga V C P. Substituiu Papel Simão.

149)          Fin Bradesco – Setembro/74 – Setembro/87 – Incorporada. Teve registro cancelado em 1988 e incorporada pelo Bradesco.

150)          FNV – Setembro/70 – Janeiro/94 – Incorporada. Fábrica Nacional de Vagões. Adquirida pela Engesa em 1983 e posteriormente pela Iochpe–Maxion.

151)          Ford Brasil – Janeiro/74 – Janeiro/82 – ???

152)          Ford Willys – Janeiro/68 – Setembro/70 – Não era exatamente igual a Ford Brasil. O código era FBR (Ford Brasil – FOR) – ???

153)          Frigobrás – Setembro/83 – Setembro/88 – Incorporada pela Sadia em 1998.

154)          Fundição Tupy – Janeiro/69 – Maio/93 – Ainda listada.

155)          Gafisa – Setembro/07 – Setembro/15 – Ainda listada

156)          Gemmer Brasil – Maio/71 – Setembro/72 –  ???

157)          Ger Paranapanema – Setembro/99 – Setembro/00 – Ainda listada. Surgiu da cisão da CESP.

158)          Gerdau – Setembro/00* –  Continua

159)          Gerdau Met – Maio/05* –  Continua

160)          Gol – Janeiro/07 –  Continua

161)          Goyana – Maio/71 – Setembro/72 – Extinta. Na Receita Federal, consta como “Inapta” e “Inexiste de Fato”.

162)          Granóleo – Janeiro/85 – Setembro/87 – Ainda existe. Fechou o capital em 11/03/08.

163)          Grazziotin – Maio/84 – Setembro/87 –Ainda listada.

164)          Guararapes – Set/71 – Setembro/88 – Ainda listada. Inclui Conf Guararapes.

165)          HC Cordeiro Guerra – Setembro/72 – Janeiro/74 – Incorporada. Ver Veplan. Como existiu simultaneamente à Veplan, mantenho dois registros.

166)          Heleno e Fonseca – Setembro/72 – Maio/80 – ???

167)          Hindi – Janeiro/71 – Setembro/76 – Ainda existe. Teve registro na CVM cancelado em 29/11/90.

168)          Hypermarcas – Jan/11 –  Continua

169)          IAP – Setembro/71 – Maio/83 –  ???

170)          Ibesa – Janeiro/79 – Maio/82 –  ???

171)          Icopasa – Janeiro/73 – Maio/73 –  ???

172)          Ind. Hering – Maio/71 – Setembro/79 – Código HER – Incorporada. Pelo que entendi, essa Ind. Hering é a controlada, Cia. Hering, que foi incorporada pela Hering Têxtil, que depois mudou o nome para Cia. Hering. Nos registros da CVM, existem duas Cia. Hering, uma com registro cancelado, outra não. Essa com o registro cancelado deve ser a controlada, Cia. Hering, antiga Ind. Hering. A atual Cia. Hering era a Hering Têxtil que depois de incorporar a Cia Hering se tornou Cia. Hering. Bastante confuso...

173)          Indústrias Villares – Janeiro/68 – Janeiro/88 –  ???

174)          Inepar – Setembro/97 – Janeiro/03 – Ainda listada.

175)          Invest Univest – Janeiro/73 – Maio/73 – ???

176)          Iochpe–Maxion – Janeiro/86 – Janeiro/89 – Ainda listada. Na época, era a Massey Perkins, comprada pela Iochpe–Maxion, que “herdou” o código MYPK.

177)          Ipiranga Pet – Janeiro/72 – Maio/08 – Incorporada. Comprada pela Petrobras, Ultrapar e Braskem, fechou o capital em 21/07/08.

178)          Isam – Janeiro/69 – Setembro/75 – Incorporada. Virou Eluma em Setembro/75

179)          Itaú Unibanco – Janeiro/68 – Continua – Antigo Itaú América e Itaubanco. O código mudou de ITAU para ITUB, mas continua a mesma empresa.

180)          Itaúsa – Maio/80 – Continua –  Inclui Itaú Invest

181)          JBS – Maio/08* – Continua

182)          Jereissati – Janeiro/71 – Set/71 – Ainda listada. Na época, era a Metalúrgica La Fonte, que depois mudou de nome para La Fonte Participações e atualmente é Jereissati Participações.

183)          Kelson’s – Maio/70 – Janeiro/72 –  ???

184)          Kepler Weber – Setembro/86 – Janeiro/88 – Ainda listada.

185)          Keralux – Maio/72 – Setembro/73 –  ???

186)          Kibon – Janeiro/68 – Setembro/70 – Incorporada. Comprada pela Unilever em 1997.

187)          Klabin – Janeiro/85* – Continua

188)          Lan Nacional – Janeiro/89 – Janeiro/92 – Incorporada. Adquirida pela Eluma em 1980. Só em 1997 teve registro cancelado.

189)          Light – Setembro/71 – Janeiro/15 – Ainda listada.

190)          Lightpar – Setembro/97 – Maio/99 – Ainda listada. Atualmente chama–se Eletropar.

191)          Lisa Livros – Setembro/72 – Janeiro/73 – Ainda existe. Chama–se Editora Lisa.

192)          Lista Telefônica Brasileira – Janeiro/71 – Janeiro/78 – Ainda existe.

193)          Prumo – Janeiro/10 – Maio/14 – Ainda listada. Ex LLX Logística.

194)          Lobras – Janeiro/71 – Janeiro/72 – Ainda existe. Consta como “Ativa” na Receita Federal.

195)          Localiza – Janeiro/12* – Continua

196)          Lojas Americanas – Janeiro/68 –  Continua

197)          Lojas Renner – Maio/07* –  Continua

198)          Madeirit – Maio/79 – Setembro/87 – Ainda existe.

199)          Magnesita – Maio/70 – Setembro/87 – Ainda listada, apesar de ter mudado um pouco.

200)          Manah – Maio/71 – Janeiro/91 – Incorporada. Adquirida pela Bunge Fertilizantes em 1996, virando Bunge Fertilizantes, que fechou o capital em 2002.

201)          Manasa – Maio/74 – Janeiro/88 – Ainda existe. Fechou capital em 30/03/06.

202)          Mangels – Maio/74 – Janeiro/88 – Ainda listada.

203)          Maqs Piratininga – Janeiro/69 – Maio/71 – Ainda existe.

204)          Marcopolo – Janeiro/85 – Setembro/15 – Ainda listada.

205)          Marfrig – Setembro/10* – Continua

206)          Mecânica Pesada – Janeiro/69 – Setembro/87 – Incorporada. Hoje, parte da Alstom do Brasil. Teve registro cancelado em 03/12/97

207)          Melhoramentos SP – Janeiro/68 – Setembro/72 – Ainda listada.

208)          Mendes Jr. – Maio/72 – Setembro/88 – Ainda listada.

209)          Mercantil – Maio/70 – Janeiro/71 – Ainda listado. Existem vários “Mercantis”, mas pelo código (BMS) deve ser o Banco Mercantil, ainda listado sob o código BMEB.

210)          Mesbla – Janeiro/69 – Janeiro/89 – Ainda existe, acredite. Consta como “Ativa” na Receita Federal e tem até site (CUIDADO COM A MÚSICA DO SITE). Teve a registro cancelado em 09/01/07. Encerrou as operações em 1999.

211)          Met Bárbara – Maio/86 – Maio/96 – Incorporada. Hoje, Saint–Gobain Canalização.

212)          Metal Leve – Janeiro/72 – Maio/95 – Ainda listada.

213)          MMX Miner – Setembro/09* – Continua

214)          Moinho Santista – Janeiro/68 – Maio/74 – Incorporada. Parte da Bunge.

215)          Montreal – Janeiro/85 – Setembro/87 – Ainda existe. Teve registro cancelado em 08/05/00 por falta de atualização.

216)          MRV – Janeiro/10* – Continua

217)          Muller – Setembro/84 – Janeiro/88 – Extinta. Teve registro cancelado em 2000 por falta de atualização. Consta na Receita Federal “Inapta” e “Inexiste de fato”.

218)          Mundial – Janeiro/72–Maio/72 – Ainda listada. Era a antiga Metalúrgica Abramo Eberle, que entrou no Ibovespa na revisão de Janeiro de 1972 e saiu logo em seguida. Foi adquirida pela Zivi Hércules em 1985 e passou a ser chamada de Mundial em 2003. (Fonte: Histórico no Formulário de Referência da Mundial).

219)          Nacional – Maio/79 – Janeiro/96 – Extinto. Banco Nacional. Em liquidação extrajudicial.

220)          Natura – Janeiro/07* – Continua

221)          Net – Maio/00 – Jan/11 – Ainda existe. Não coloco “Incorporada” porque, apesar de ser parte de um grupo maior, não saiu da bolsa porque foi adquirida, e sim porque o controlador decidiu tirar. Teve registro cancelado pela CVM em 31/12/14.

222)          Nord Brasil – Janeiro/71 – Janeiro/81 – Ainda listada. Banco do Nordeste do Brasil.

223)          Nordon Met – Janeiro/73 – Janeiro/84 – Ainda listada, mas sem ações em circulação. Não possui receita operacional.

224)          Noroest Est SP – Maio/74 – Setembro/87 –Incorporado. Incorporado pelo Santander

225)          Noroeste Brasil – Set/714 – Maio/72 – ???

226)          Nossa Caixa – Janeiro/08 – Janeiro/10 – Incorporada. Incorporada pelo Banco do Brasil.

227)          Dommo Energia – Janeiro/10* – mai/13 – Ainda listada. Ex–OGX.

228)          Olvebra – Maio/82 – Janeiro/91 – Ainda existe. Teve registro cancelado em 2003 por falta de atualização.

229)          Orniex – Setembro/71 – Setembro/72 – Incorporada. Consta como incorporada na Receita Federal.

230)          Oxigênio do Brasil – Setembro/71 – Maio/72 – Ainda existe. Atual Air Liquide Brasil. Teve registro cancelado em 1998.

231)          P. Açúcar CBD – Janeiro/07* – Continua

232)          Papel Simão – Setembro/87 – Maio/95 – Incorporada. Comprada pela V C P em 1992 (como não foi a primeira aquisição da V C P, então não considero um único registro).

233)          Paragás – Maio/72 – Janeiro/73 – ???

234)          Paraibuna – Setembro/86 – Janeiro/95 – Incorporada. Comprada pelo grupo Votorantim em 2002 que fechou o capital da empresa após OPA em 13/12/02 (data de cancelamento de registro). É a atual Votorantim Metais Zinco.

235)          Parananapanema – Maio/72 – Janeiro/99 – Ainda listada.

236)          Paul F Luz – Janeiro/68 – Janeiro/00 – Incorporada. Companhia Paulista de Força e Luz. Hoje, parte da CPFL Energia.

237)          PBX Servix – Setembro/72 – Janeiro/74 – ???

238)          PDG Realty – Janeiro/10 – Janeiro/15 – Ainda listada.

239)          Pérsico – Janeiro/85 – Janeiro/91 – Ainda existe. Pérsico Pizzamiglio. 

240)          Petrobras – Janeiro/69* – Continua

241)          Petrobras BR – Janeiro/95 – Continua – A BR Distribuidora teve seu capital fechado em 10/02/2003 e reaberto em 2018, usando o mesmo nome de pregão.

242)          Petróleo União – Janeiro/68 – Setembro/74 – Incorporada. A Petrobras comprou a empresa em 1974.

243)          PHEBO – Maio/73 – Setembro/75 – Incorporada. Perfumarias Phebo. Comprada pela P&G em 1988. Teve seu registro cancelado em 20/07/90.

244)          Pirâmides Brasília – Janeiro/73 – Setembro/81 – Extinta. Consta na Receita Federal “Inapta” e “Omissa Contumaz”.

245)          Pirelli – Setembro/70 – Maio/93 – Ainda existe. Pirelli Cabos (PIR). O controlador fechou o capital em 21/11/00. Atualmente é a Prysmian.

246)          Plástico Brasil – Maio/72 – Janeiro/74 – ???

247)          PortX – Jan/11 – Mai/11 – Ainda existe. Tem até registro na CVM, mas não tem ações em circulação.

248)          Premesa – Maio/81 – Maio/83 – Ainda existe.

249)          Prometal – Janeiro/85 – Janeiro/89 – Extinta. Consta na Receita Federal como “Inapta” e “Omissa não localizada”.

250)          Propileno – Janeiro/86 – Maio/90 – ???

251)          Prosdócimo – Maio/73 – Janeiro/74 – Incorporada. O nome Prosdócimo leva à Arapuá Importação Comércio que foi incorporada pela Lojas Arapuã. A antiga Prosdócimo teve registro cancelado em 10/10/96, mas a Lojas Arapuã continua com registro na CVM.

252)          Real – Setembro/75 – Janeiro/89 – Incorporado. Banco Real. Incorporado em 2000 pelo ABN Amro (que, por sua vez, seria comprado pelo Santander). O registro foi cancelado em 19/04/00

253)          Realcafé – Setembro/79 – Setembro/80 – Ainda existe.Teve o capital fechado em 20/04/00.

254)          Redecard – Setembro/08* – set/12 – Ainda existe, parte do Itaú–Unibanco.

255)          Ref Paraná – Janeiro/79 – Setembro/79 – ???

256)          Refripar – Setembro/79 – Maio/97 – Incorporada. Hoje, parte da Electrolux.

257)          Rheen – Janeiro/79 – Janeiro/91 – ???

258)          Ripasa – Maio/86 – Maio/93 – Incorporada. Ainda existe e é controlada pela Suzano Papel e Celulose

259)          Rossi Resid – Maio/08 – Jan/15 – Ainda listada.

260)          Sabesp – Maio/00* – Continua

261)          Sadia – Setembro/05 – Janeiro/10 – Incorporada. Fundiu com a Perdigão para formar a Brasil Foods e as ações deixaram de ser negociadas em 21/09/09.

262)          Sadia Concórdia – Maio/79 – Maio/98 – Incorporada pela Sadia. Teve registro cancelado em 27/08/98

263)          Sadia Joaçacaba – Maio/81 – Janeiro/84 – Incorporada. Consta no IAN da Sadia que a unidade de Joaçaba foi vendida.

264)          Samcil – Maio/72 – Janeiro/74 – Ainda existe. Teve registro cancelado em 17/12/94

265)          Samitri – Janeiro/86 – Janeiro/89 – Ainda existe. SA Mineração da Trindade. Teve o registro cancelado em 16/10/2000.

266)          Sanderson do Brasil – Maio/72 – Setembro/74 – ExtintaFaliu em 1974, ficou sob o poder do estado de São Paulo até 1979 e foi vendida para a Coopercitrus.

267)          Sano – Maio/71 – Maio/72 – Ainda existe. Teve registro cancelado em 07/08/07 e atuava no mercado de balcão não organizado.

268)          Santa Olímpia – Janeiro/79 – Maio/85 – Extinta. Usina Santa Olímpia. Consta como Baixada por inaptidão na Receita Federal. Teve registro cancelado em 20/12/05 e operava no mercado de balcão não organizado.

269)          Santander Br – Janeiro/68 – Continua. Vulgo Estado de S. Paulo, era Banespa antes de ser comprado pelo Santander Brasil.

270)          Savena – Setembro/72 – Janeiro/73 – Incorporada. Na CVM, constam duas empresas com nome de Savena, o Banco Savena e a Savena SA VEICS NAC COM REPR. Imagino que deva ser a segunda, que teve o registro cancelado em 28/12/84. Consta como baixada por incorporação.

271)          Semp – Maio/72 – Setembro/73 – Ainda existe. Fechou o capital em 14/11/08.

272)          Servix Engenharia – Maio/72 – Setembro/82 – Ainda existe. Originalmente, Rossi Serv Engenharia. Teve registro cancelado em 29/04/05 e operava no balcão organizado.

273)          Sharp – Maio/74 – Maio/99 – Ainda existe. O nome no arquivo da CVM consta como Massa Falida da Sharp. Essa empresa era controlada pela família Machline que possuía 70,32% das ações ordinárias (enquanto que 96,99% das preferenciais estavam no mercado). O CNPJ que consta dos registros da CVM remete à Sharp do Brasil, agora controlada pela matriz.

274)          Sid Açonorte – Setembro/71 – Setembro/87. Incorporada pela Gerdau, teve registro cancelado em 25/02/97

275)          Sid Coferraz – Setembro/80 – Maio/82 – Extinta. Consta como Baixada por Inaptidão na Receita Federal.

276)          Sid Guaíra – Maio/74 – Setembro/87 – Incorporada pela Gerdau. Teve registro cancelado em 05/09/95.

277)          Sid Informática – Maio/86 – Janeiro/89 – Ainda existe e parece que não foi incorporada por nenhum grupo (consta como Ativa na Receita Federal). Teve registro cancelado em 10/05/94.

278)          Sid Mannesmann – Setembro/70 – Setembro/94 – Ainda existe (consta como Ativa na Receita Federal). Atualmente, Vallourec & Mannesman, na época, Siderúrgica Mannesman. Teve o registro cancelado em 03/10/00

279)          Sid Nacional – Maio/71* – Continua

280)          Sid Riograndense – Setembro/70 – Setembro/97 – Incorporada pela Gerdau. Teve registro cancelado em 30/06/97.

281)          Sid Tubarão – Setembro/94 – Janeiro/06 – Incorporada. Ver Arcelor BR.

282)          Sifco – Maio/86 – Maio/91 – Ainda existe. Teve registro cancelado em 09/03/04.

283)          Solorrico – Setembro/71 – Maio/83 – Incorporada. Comprada pela Cargill em 1999, tornou–se Cargill Fertilizantes, que viria a fechar capital em 20/08/03. A união das operações de potássio e fosfato da IMC Global e as operações de fosfato e distribuição da Cargill criou a Mosaic, atual nome das sucessoras da Solorrico.

284)          Sopave – Setembro/72 – Janeiro/73 – Ainda existe

285)          Souza Cruz – Janeiro/68 – Setembro/15 – Ainda existe

286)          Submarino – Janeiro/07 – Setembro/07 – Incorporada. Virou B2W

287)          Sudameris – Janeiro/84 – Setembro/87 – Incorporado. Em 1998, teve o controle comprado pelo ABN Amro e foi incorporado em 2000. Em 2004, o ABN Amro realizou OPA para comprar o restante das ações em circulação. Só teve o registro cancelado em 25/05/07 com uma troca de ações de 1.000 ações do Sudameris por 78 do ABN Amro. Antigos acionistas do Sudameris que não venderam as ações ao ABN Amro na OPA são acionistas do Santander Brasil.

288)          Sudeste – Maio/71 – Setembro/73 – Ainda existe e possui ativos registrados para negociação no mercado de balcão, embora todas as ações estejam nas mãos do controlador (Opportunity).

289)          Suzano – Setembro/81 – Maio/95 – Ainda listada. Entre setembro de 1981 e maio de 1995, uma “Suzano” constava do Ibovespa. Além da Suzano Papel e Celulose (SUZB), há Suzano Holding (NEMO) e a antiga Suzano Petroquímica (que virou Quattor e depois foi incorporada pela Braskem). Creio que a Suzano no período mencionado seja a holding, já que consta que consta que a empresa de papel e celulose foi fundada em 1987 e listada em 1992. Logo, temos uma nova empresa entrando no Ibovespa.

290)          Suzano Papel e Celulose – Setembro*/12 – Continua (ver comentário acima).

291)          Tam S/A – Janeiro/07 – Setembro/12 – Incorporada na fusão para formar a Latam.

292)          Tef Data Bras – Setembro/01 – Setembro/02 – Incorporada. Cisão da Telesp, que voltou a incorporar a empresa em 25/10/06. A empresa foi constituída em 2001 com o propósito de “reestruturação administrativa e operacional” e teve fim como empresa independente e 2006 com o propósito de reestruturação das atividades de Serviços de Comunicação Multimídia da Telefônica Empresas e Telesp. Ou seja, foi a reestruturação da reestruturação. Telefonia no Brasil tem dessas histórias, não tente entender... O Filipe no Twitter comentou sobre essa empresa.

293)          Tele Ctr Oest – Maio/00 – Maio/06 – Incorporada. Ver Vivo.

294)          Tele Leste Cl – Setembro/00 – Maio/06 – Incorporada. Ver Vivo

295)          Tele Nord Cl – Maio/00 – Janeiro/05 – Incorporada. Surgiu como cisão da Telebrás e foi incorporada pela Tim Participações em 25/10/04.

296)          Tele Sudeste – Maio/00 – Setembro/00 – Incorporada.Ver Vivo

297)          Telebrás – Maio/90 – Janeiro/00 – Ainda existe. Ainda existe uma Telebrás, mas o que sobrou da privatização da Telebrás. Inclui o recibo de ações.

298)          Telemar – Maio/00 – Jan/16 – Incorporada para formar a Oi. Apesar de ser maior do que a Brasil Telecom, tecnicamente o histórico que continua é o da outra empresa.

299)          Telemar NL – Maio/76 – Janeiro/12 – Incorporada pela Oi. Inclui a Telerj

300)          Telemig Part – Setembro/00 – Setembro/08 – Incorporada pela Vivo em 19/10/09.

301)          Telepar Cl – Setembro/98 – Setembro/99 – Incorporada. Controlada pela Tele Celular Sul. Incorporou a Telesc Celular (também controlada pela Tele Celular Sul) e mudou de nome para Tim Sul, que era controlada da Tim Participações, que fechou o capital da Tim Sul em 09/12/05 (que por sua vez fará parte da Telemar).

302)          Telerj Cl – Setembro/98 – Setembro/99 – Incorporada pela Tele Sudeste (que faria parte da Vivo) em 04/04/01.

303)          Telefônica Brasil/Vivo – Setembro/76* – Continua – Atua com a marca Vivo, tem o código VIVT, mas no papel ainda se chama Telefônica.

304)          Telesp Cl – Setembro/98 – Maio/00 – Incorporada pela Telesp Celular Participações (Telesp Cl PA) em 22/03/00.

305)          Telesp Cl PA – Maio/00 – Maio/06 – Incorporada. Telesp Celular Participações. Ver Vivo.

306)          Tim Particip – Maio/00* – Continua – Antes, Tele Cl Sul.

307)          Engie – Setembro/98 – Continua –Inclui registro da Gerasul, surgida da cisão da Eletrobras. Em 1998, a Suez comprou a Gerasul. Depois, mudou o nome para Tractebel e então para Engie.

308)          Tran Paulista – Setembro/99* – Continua – Resultado da cisão da Cesp.

309)       Transbrasil – Janeiro/81 – Janeiro/89. Ainda existe. Parou de operar em 2001 e só teve o registro cancelado na bolsa em 04/01/10 por falta de atualização do registro. Em 07/10/03, teve cancelada a autorização de negociação na bolsa. Porém, ainda não pode ser considerada falida: na Receita Federal, consta como Ativa.

310)          Transparana – Setembro/73 – Setembro/81 – Ainda existe. Nos arquivos da CVM, consta como Massa Falida da Transparana. Na Receita Federal, consta como ativa. Deve estar na mesma situação da Transbrasil. Se procurar no Google, encontramos outra Transparana.

311)          Trevisa– Maio/84 – Maio/92 – Ainda listada. Luchinger Madörin Participações, atual Trevisa.

312)          Ultralar – Setembro/70 – Setembro/73 – Incorporada. Pertencia à Ultrapar.

313)          Ultrapar – Maio/08* – Continua

314)          Unibanco – Maio/79 – Maio/09 – Incorporado. Fundiu com Itaú e formou o atual Itaú Unibanco.

315)          Unipar – Setembro/71 – Maio/99 – Ainda listada.

316)          Usiminas – Janeiro/93* – Continua

317)          Usin C Pinto – Setembro/86 – Janeiro/88 – Ainda listada.

318)          Vale – Janeiro/68* – Continua

319)          Varig – Janeiro/74 – Setembro/94 – Ainda Existe. Deslistada em 05/01/11 por falta de atualização de registro. Consta como Ativa na Receita Federal.

320)          Veplan – Maio/72 – Setembro/73 – Incorporada. Fundiu–se com a H.C. Cordeiro Guerra na década de 1970. Em 1975, o fundador da Veplan vendeu sua participação e fundou a Multiplan. Ainda existe, mas sem registro em bolsa.

321)          Vidraria Sta. Marina – Maio/77 – Janeiro/95 – Incorporada. Foi adquirida pela Saint–Gobain em 1960. Teve o registro cancelado em 04/06/01 após OPA realizada pela controladora.

322)          Vivo – Maio/06 – Mai/11. Incorporada. Fusão de CRT Celular, Tele Ctr Oest, Tele Leste Cl, Tele Sudeste e Telesp Cl. Incorporada pela Telefônica Brasil em 31/10/11 (já antes tinha deixado de ser negociada)

323)          White Martins – Setembro/70 – Setembro/00 – Ainda existe. Fechou o capital em 29/05/00 após OPA do controlador (Praxair Comércio e Participações).

324)          Zanini – Janeiro/73 – Setembro/87. Ainda existe. Teve o registro cancelado em 27/01/97.

325)          Energias do Brasil – Janeiro/13* – Continua

326)          BR Properties – Maio/13 – Setembro/15 – Ainda listada.

327)          Anhanguera Educação – Setembro/13 – Maio/14 – Incorporada pela Kroton

328)          Kroton – Setembro/13* – Continua

329)          BB Seguridade – Janeiro/14* – Continua

330)          Ecorodovias – Janeiro/14* – Continua

331)          Estácio Participação – Janeiro/14 – Continua – Ainda listada.

332)          Even – Janeiro/14 – Janeiro/15 – Ainda listada.

333)          Qualicorp – Janeiro/14* – Continua

334)          Cosan Logística – Janeiro/15 – Maio/15 – Incorporada pela Rumo.

335)          Multiplan – Maio/15* – Continua

336)          Rumo – Maio/15* – Continua

337)          Smiles – Maio/15* – Continua

338)          Equatorial – Jan/16* – Continua

339)          Raia Drogasil – Jan/16* – Continua

340)          Weg – Jan/16* – Continua

341)          Taesa – Setembro/17* – Continua

342)          Fleury – Janeiro/18* – Continua

343)          Iguatemi – Janeiro/18* – Continua

344)          Magazine Luiza – Janeiro/18* – Continua

345)          Sanepar – Janeiro/18 – Maio/18 – Ainda listada

346)          Via Varejo – Janeiro/18* – Continua

347)          CVC – Maio/18* – Continua

348)          Log Commercial Properties – Jan/19 – mai/19– Entrou via cisão da MRV.

349) Azul – mai/19* – Continua

350) IRB Brasil – mai/19* – Continua

351) BTG Pactual (BPAC) – set/19* – Continua

352) Intermédica – set/19* – Continua

353) Carrefour Brasil – jan/20* – Continua

354) Hapvida – jan/20* – Continua

355) Sul America – jan/20* – Continua

356) Totvs – jan/20* – Continua

Fontes: CVM, B3, Receita Federal e demonstrativos contábeis das empresas.

Atualizado em: 06/01/20. Atualizada pela revisão do Ibovespa em janeiro de 2020. Algumas informações, em especial a situação das empresas não listadas, podem não estar atualizadas.

Empreendedorismo está morrendo

Em um artigo publicado no Medium, Lance Ng escreve sobre o panorama de startups e captação de recursos.

Uma parte importante do artigo é sobre o que o autor chamou de “Empreendedorismo OPM” e “valuation PPT”, ou seja, empreendedorismo com o dinheiro dos outros (Other’s People Money) e valuation baseado em apresentações de PowerPoint. E se pergunta: o que aconteceu com jeito antiquado de fazer negócios, que é gerar lucros?

O autor não chegou a escrever isso, mas acrescento: qualquer negócio se mantém se alguém ficar colocando dinheiro, por pior que seja o negócio. Mas só será um bom negócio, inclusive para a sociedade, se a empresa puder se manter por si própria. Se a empresa precisa de aportes para se manter, provavelmente está apenas queimando dinheiro. Se precisar de capital novo para acelerar o seu crescimento, mas que poderia se manter pelas próprias pernas, então é um bom negócio.

A conclusão do artigo é que o empreendedorismo deveria voltar para os seus velhos caminhos, ou seja, ser sobre fechar negócios e vendas, e não correr atrás de cheque do VC (Venture Capitalist, capitalista de risco).

Amigo Secreto do grupo Blogueiros Contábeis

Mais cedo neste ano fui convidado pela Isabel Sales do Blog Contabilidade Financeira a participar de um grupo de WhatsApp de blogueiros contábeis. Eu não sou Contador, mas acho que por ser heavy user de informações contábeis e também blogueiro eu ganhei o direito de participar do grupo. Não apenas isso, pude também participar do Amigo Secreto (ou Amigo Oculto, dependendo da região), uma tradição do grupo.

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O meu amigo secreto deste ano foi o Pedro Correia, também do Contabilidade Financeira. Na sua lista de desejos constava várias coisas, dentre elas camisetas na Netshoes. Eu nunca tinha comprado nada neste site e também, acredite se puder, na Magazine Luiza, que comprou a Netshoes neste ano. Continuo zerado de compras na Magalu, mas pelo menos já fiz a minha primeira compra na Netshoes, mesmo que não para mim.

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Então, para fechar o trio do Contabilidade Financeira bem que eu poderia ter sido o amigo secreto do César Tibúrcio, mas não foi esse o caso. Quem me tirou foi o Alexandre Alcântara, que mantém um site sobre Contabilidade e é autor de um livro sobre análise de demonstrações financeiras. No grupo, ele até havia reclamado sobre o excesso de opções que eu tinha dado, mas curiosamente a maioria dos livros que adicionei na lista de desejos da Amazon eu inclui de última hora e quase não tinha nada antes disso. (Aliás, quem quiser me dar um presente de Natal e Aniversário, que será no dia 01/01, fique a vontade que tem opções de sobra aqui).

E os livros escolhidos por meu amigo secreto foram:

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Gostei da continuidade na escolha dos livros. Como estou agora trabalhando em Consultoria, esses livros certamente serão de grande utilidade.

Para terminar, a lista dos blogs do grupo:

Acervo Contábil (Sandro Soares)

Contabilidade e Métodos Quantitativos (Felipe Pontes)

Contabilidade Financeira (César, Isabel e Pedro)

Histórias Contábeis (Polyana Silva)

Ideias Contábeis (Cláudia Cruz)

Informação Contábil (Orleans Martins)

Panorama Público (Roberto Lima)

Professor Alexandre Alcântara

Vladimir F Almeida

Valuation como arqueologia do futuro

Eu sempre tive um dilema quanto ao uso de indicadores de análise fundamentalista em meu trabalho com valuation. Por mais que sejam indicadores bons para analisar o passado de uma empresa, quando você trabalha com valuation você está mais interessado no futuro. Muitos indicadores fundamentalistas são utilizados para opinar sobre a “qualidade” da empresa, mas em valuation você está interessado no preço em relação ao valor. Alguns indicadores como margem bruta podem ser utilizados para projeção, enquanto outros não são projetáveis uma vez que são resultados finais, como indicadores de rentabilidade. Dessa forma, quando alguém começava a falar de indicadores fundamentalistas, margem bruta, ROE, ROIC, margem EBITDA, as perguntas que sempre me vinham à cabeça eram relacionadas a quanto isso afeta o preço e o valor da empresa e o que esses indicadores dizem sobre o futuro da companhia. Eu sempre tendo a pensar e analisar da forma mais desagregada possível e o que automaticamente sinto nessas situações é que estou vendo o final de um filme sem ter visto o resto da história.

Conheci o trabalho de um arquiteto chamado Tsuyoshi Tane em uma exposição chamada “Arqueologia do Futuro”. É um nome intencionalmente paradoxal olhando atentamente, uma vez que arqueologia é uma ciência que remete ao estudo do passado, então, a não ser que a expressão se referisse a como a arqueologia seria praticada no futuro, o que não é o caso, não parece fazer muito sentido.

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No site de seu ateliê, Tane mantém um manifesto. Destaco alguns trechos que considero mais interessante: “Acreditamos que a arquitetura começa com a memória do lugar, a memória que pode ser continuada do passado, que irá continuar no futuro”. “Nós começamos nosso trabalho da mesma forma que os arqueólogos uma vez que começamos a explorar uma longa distância no tempo e escavamos as memórias do lugar. É um processo de surpresa e descoberta, de buscar para encontrar o que não sabíamos, o que tínhamos esquecido e o que foi perdido. Por esse processo de pensamento do passado para o futuro, a memória do lugar pode lentamente se tornar arquitetura”. “Acreditamos que a memória não é alguma coisa que pertence ao passado, mas que é uma força motora para criar a arquitetura do futuro”.

Visitando a exposição, assistindo a uma palestra de Tane e lendo o folheto informativo sobre a exposição, vi como as ideias expostas tinham a ver com o dilema que mencionei no primeiro parágrafo.

Não usar indicadores fundamentalistas pode passar uma ideia errada do que eu faço. A minha análise sempre começa com o passado, como não poderia deixar de ser. Uma das minhas restrições aos indicadores é que eles são muito agregados e a análise retrospectiva que faço é extremamente desagregada, tentando entender cada linha de cada coluna dos demonstrativos contábeis ao nível de notas explicativas. E olhando para o futuro, cada linha que ainda exista no último demonstrativo disponível precisa ter algum destino.

Na analogia com arquitetura sob o conceito de “arqueologia do futuro”, se no local de uma nova construção existir uma estatua, eu iria procurar entender porque essa estátua existe e como incorporar a memória que ela carrega na futura construção, mesmo que a decisão seja por não incluir a estátua em si na nova construção. Os números dos demonstrativos contábeis carregam a história econômico-financeira da empresa e são a força motora de seus resultados futuros.

Uma questão importante relacionada com o uso de dados passados da empresa é que toda análise que você faz tem que ter algum significado. Análise é sobre responder perguntas e se um indicador não tem uso se não responde a uma pergunta. E não é que eu não use indicadores, apenas não uso a maioria dos que são mostrados em cursos de análise fundamentalista e, o mais importante, uso apenas os que têm alguma finalidade para projeção.

Considere a margem bruta, como um exemplo. Este é um excelente indicador para usar porque responde a uma pergunta muito clara: quanto da receita sobra após a dedução dos custos. Não apenas isso, possui uma função projetiva: qual é a estimativa da porcentagem da receita que se espera que continue na empresa após a dedução dos custos. Mas, olhando para frente, qual margem bruta usar, se esse número retrospectivamente varia? Essa é uma pergunta sem resposta única, porque depende da empresa, depende da sensibilidade do analista olhando os dados passados, depende da “narrativa” que o analista quer passar na análise. Em suma, depende da situação e do julgamento do analista.

Um trecho do manifesto de Tane que eu ainda não havia incluído resume bem a questão: “Aspiramos criar uma arquitetura que ninguém já viu, experienciou ou imaginou. É diferente de algo novo, algo futurístico que não se encaixa no lugar”. Uma das maiores angústias de se trabalhar com fluxo de caixa descontado é sobre a definição de parâmetros para algo que não aconteceu ainda, o futuro. Acontece que o futuro, na maioria dos casos, não será tão diferente assim do passado. Dessa forma, é possível analisar o passado da empresa, as condições que levaram a empresa a ter os resultados que teve no passado e tentar criar uma estimativa de futuro que se encaixe com esse passado.

Dessa maneira, avaliação por fluxo de caixa descontado usando resultados projetados deveria ser uma espécie de análise fundamentalista do futuro. Esse também é um termo paradoxal, já que análise fundamentalista utiliza apenas dados passados porque são todos os dados que temos disponível. A principal matéria prima para análise fundamentalista são demonstrativos contábeis, dados econômicos e preços e possuímos apenas valores históricos para todas essas informações. A ideia é que os resultados projetados devem contar uma história futura da empresa que se encaixe no passado. Obviamente que o futuro não será igual ao passado, avaliação por fluxo de caixa descontado seria um trabalho trivial se assim fosse. Mas os resultados projetados devem contar uma narrativa que seja coerente com tudo pelo qual a empresa passou e os projetos já anunciados que estão em andamento de maneira a contar uma história de continuidade ou transformação.

Além da margem bruta, uso outros indicadores para projetar resultados e balanço. Esses indicadores seguem alguma rota futura e cada um individualmente conta alguma narrativa de continuidade ou de transformação. É possível agregar tudo isso em indicadores maiores como ROE ou ROIC, mas não faz sentido projetar esses indicadores, que são consequência de outros. Então, apesar de nem considera-los olhando para trás ou para frente, indicadores de rentabilidade poderiam ser calculados, mas seus valores seriam apenas uma consequência das projeções de resultado e balanço. Uma boa maneira de checar se os números projetados fazem sentido, então, é realizar uma análise fundamentalista do passado do futuro e ver se os números estão dentro de uma realidade concebível. Se a rentabilidade da empresa crescer, então é necessário entender por que isso acontece, se faz sentido que cresça e se o valor que alcança é realista ou não. Esse é um dos cuidados que é necessário ter para a perpetuidade: se você não projetar adequadamente, a rentabilidade ou tende ao infinito ou tende a zero, mesmo que de maneira não intencional. Se cada indicador usado para projeção está dentro da razoabilidade, é provável que o conjunto esteja.

De concreto, o que o conceito de “arqueologia do futuro” ensina é que ao trabalhar com o futuro você deve considerar a memória acumulada e fazer algo novo que não se mostre deslocado da história.

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Terríveis planos de negócio, ótimos negócios

Bem Carlson, no “A Wealth of Common Sense”, escreveu um artigo bem interessante sobre planos de negócio e como negócios que não fazem sentido no papel se mostram excelentes negócios na prática.

Uma frase que resume bem o assunto, de Rory Sutherland no livro Alchemy: "A questão fatal com lógica é que ela vai te levar exatamente para o mesmo lugar que seus concorrentes"

Projeção de Balanços

Balanço Patrimonial é um tema negligenciado tanto na teoria quanto na prática de avaliação de empresas, exceto no que se refere à dívida. Balanços ou não são projetados ou os relatórios de avaliação não se dão ao trabalho de incluir tal projeção. Na minha opinião, isso é um erro porque, no mínimo, permitiria detectar falhas no modelo de avaliação.

Antes de tudo, a bem da verdade sempre há projeção de balanço em avaliação por fluxo de caixa descontado. Se você projeta fluxo de caixa, projeta caixa. Se projeta caixa, projeta o resto do balanço. Se o analista coloca na planilha ou não e, o mais importante de tudo, olha para essa projeção ou não, é outra questão.

Tirando dívida, capital de giro e capital fixo, a solução mais comum para os outros ativos e passivos é simplesmente somar no valor da empresa. Mas, então, vamos dar um passo para trás e discutir por que não fazer o mesmo com capital de giro e fixo? E aqui entra o ponto principal da projeção de balanço: a natureza econômica da conta patrimonial.

Simplesmente somar a valor presente o capital de giro seria supor que a empresa passará a receber e pagar tudo à vista e ter estoque zero. O efeito no valor da empresa seria o inverso do esperado. Por retirar caixa do caixa livre, o capital de giro e seu aumento (se positivo) reduz o valor da empresa. Mas manter capital de giro é uma necessidade do negócio e as empresas desejam reduzi-lo, quando não houver consequência negativa, justamente para aumentar o valor da empresa. Caso venha a chegar em uma situação de capital de giro nulo (o que provavelmente nunca irá ocorrer), então terá um grande acréscimo de valor. Até lá, o fluxo de caixa deve levar em conta a necessidade de capital de giro que se reflete em um aumento no capital de giro.

Raciocínio parecido se aplica ao capital fixo. Simplesmente somar no valor da empresa seria absurdo porque significaria que a empresa não precisa de capital fixo para operar, pode gerar resultados a partir do nada. Em situações muito específicas algo assim pode ser aplicável, mas se a empresa tem hoje um capital fixo, é porque precisa dele hoje e provavelmente sempre precisará. O efeito de somar a valor presente também é o inverso na medida em que capital fixo reduz o valor da empresa ao retirar caixa livre. Por essa razão, as empresas desejam ser mais eficientes gerando mais resultados sob uma base menor de capital fixo. Em projeções, estima-se o gasto com investimentos fixos, o que impacta fluxo de caixa e o ativo.

Todo manual de avaliação de empresas considera investimentos em capital fixo e de giro. Os dois parágrafos anteriores foram na linha de estabelecer a lógica econômica subjacente a essa ideia. Mas serão esses os únicos ativos e passivos que devem ser levados em conta?

Pegando como exemplo capital de giro e fixo, temos como razões para incluir em projeções de fluxos de caixa:

  • São necessários para a atividade da empresa

  • Seria absurdo simplesmente supor que vão sumir

  • Afetam o fluxo de caixa

Esses três pontos dão base para determinar quais outros ativos e passivos mereceriam ser projetados tanto no fluxo de caixa quanto no Balanço Patrimonial, mas os manuais de avaliação de empresas não costumam mencionar. Em textos futuros irei detalhar cada um, mas no mínimo temos:

  • Tributos Diferidos sobre PCLD: Ignorar esse efeito significaria que o governo permitiria o reconhecimento do efeito fiscal da provisão para perdas antes de sua realização, o que não é realista.

  • Tributos Diferidos sobre diferença de taxa de depreciação: Ignorar essa conta significaria que a empresa iria pagar toda a diferença já contabilizada e iria considerar para fins fiscais a taxa de depreciação contábil, que é menor do que a fiscal. Tendo a possibilidade de não fazer isso, é impossível imaginar a empresa adotando essa política voluntariamente.

  • Tributos Diferidos sobre Prejuízo Fiscal e Base Negativa: Se você somar essa conta ao valor da empresa, irá supor que o governo vai dar um cheque para a empresa por conta de seus prejuízos passados e também irá fazer isso para os prejuízos futuros, o que não é o que acontece.

  • Provisões: Zerar essa conta significaria que a empresa nunca mais seria processada ou, a depender da projeção de despesas, que sequer briga na justiça contra processos e simplesmente paga à vista.

Uma avaliação por fluxo de caixa é a projeção das decisões da empresa e das condições do mercado refletida em resultados. É em grande medida uma relação de causa e efeito. Ignorando um pouco o efeito do mercado e das condições econômicas, os resultados futuros passam a ser consequência das decisões anteriores e das prováveis decisões futuras da empresa. O foco dessas consequências é na projeção de resultados e no fluxo de caixa, mas isso tem impacto nas contas patrimoniais que permitem que tal resultado seja gerado. Se há uma diferença entre lucro e fluxo de caixa é porque parte do lucro não afeta imediatamente o caixa. Em sendo assim, pode procurar: ou tem efeito em outro ativo, ou no passivo, em último caso diretamente no patrimônio líquido.

Dessa forma, os resultados da empresa terão consequências no balanço patrimonial de forma indiscutível, independente de o analista projetar ou não o balanço.

A questão é que fazer a projeção do balanço ajuda a detectar falhar lógicas do modelo de avaliação. Exemplo:

Investimento líquido zero? A projeção de fluxo de caixa aceita isso (Excel, de maneira geral, aceita tudo menos referência circular), mas projete o balanço e verá uma base de capital fixo invariável gerando resultados crescentes. Ou seja, rentabilidade tendendo ao infinito.

  • Pior ainda, investimento líquido negativo? Quer dizer que você está projetando base de capital fixo negativa? Eu sequer consigo imaginar o que seria isso?

  • Você simplesmente somou a valor presente os diferidos sobre diferencial de depreciação: quer dizer que a empresa está pagando IR e CSLL sobre a taxa contábil de depreciação? Por que a empresa faria isso?

  • Você simplesmente somou a valor presente os diferidos sobre prejuízo fiscal e base negativa de CSLL? O governo deu um cheque para a empresa para compensar esses prejuízos?

O cerne da mensagem é: as contas do balanço patrimonial existem por uma razão, em sua maior parte. Portanto, é necessário projetar explicitamente essas contas para ver se são ou não condizentes com a realidade econômica da empresa e variam de uma forma que faça sentido. Logo, para fins de projeção, entenda a natureza econômica de cada conta, se conseguir encontrar uma, e faça projeções que respeitem tal natureza econômica o basilar bom senso.

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